sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Sem formação, funcionários de clínica se passavam por terapeutas, diz polícia

Por Dentro De Tudo:

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Falsidade ideológica também está entre os crimes investigados pela Polícia Civil na clínica de recuperação de dependentes químicos interditada em Prudente de Morais. A delegada Priscila Pereira Saltos, responsável pelas investigações, disse, nesta terça-feira (20), que funcionários sem formação são suspeitos de se passar por terapeutas no local.

Seis pessoas foram presas na Clínica Novo Caminho, nesta segunda-feira (19), e o local foi fechado. Há suspeita de maus-tratos a pacientes e a animais, cárcere privado, lesão corporal, danos ambientais e abuso sexual.

Segundo a Polícia Civil, os internos têm entre 18 e 80 anos e eram mantidos em quartos com grades, com várias pessoas por “cela”. Um idoso de 75 anos, com a saúde debilitada, continuava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) nesta manhã.

De volta para casa

Dos cerca de 45 internos da clínica de recuperação de dependentes químicos, 30 já estão com as famílias. De acordo com o secretário municipal de Assistência Social e Trabalho, José de Lima Natal, outras vítimas seguirão para suas cidades ainda na tarde desta terça-feira (20). Há pessoas de lugares como Vitória da Conquista (BA) e Nanuque, no Norte de Minas.

Quatro internos terão que passar mais uma noite na clínica, com autorização da polícia e acompanhados pela secretaria, pois só havia passagens para esta quarta-feira (21).

Ao todo, oito pessoas foram conduzidas para a Delegacia de Polícia Civil de Matozinhos, nesta segunda-feira (19), mas só seis foram presas em flagrante.

“Entendi que eles não tinham poder de comando para liberar os pacientes, nem mesmo acesso às chaves para tirar as vítimas do cárcere privado. Hoje vamos continuar com as diligências, analisar documentos da clínica e apurar as questões de abuso sexual. Os pacientes indicaram o autor que teria cometido os abusos, mas ele não está entre os seis detidos”, disse a delegada.

A clínica não possuía alvará de funcionamento, nem licença do Ministério da Saúde para funcionar. O Corpo de Bombeiros esteve no local para tomar as providências em relação à segurança e constatou várias irregularidades que colocavam em risco a integridade e a saúde dos internos.

O espaço não possuía extintores, nem projeto de combate a incêndio, e a fiação elétrica ficava exposta, com risco de curto-circuito. Os responsáveis informaram à polícia que o local funcionava desde fevereiro de 2020, mas a suspeita da corporação é que antes disso já havia internos por lá.

Com informações: Globo Minas.

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