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Traficantes usam Correios para enviar e receber drogas em coração de pelúcia e par de tênis

Por Dentro De Tudo:

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Um coração de pelúcia com os dizeres “Te amo”, um livro, uma máquina de pagamento por cartão, um par de tênis. Itens comuns que passariam sem despertar atenção pela triagem de encomendas dos Correios viraram um meio para traficantes trazerem e enviarem drogas e dinheiro a outros estados. Uma operação conjunta da Receita Federal e da Polícia Civil encontrou, em duas semanas, mais de 50 quilos de entorpecentes escondidos em encomendas, avaliados em cerca de R$ 5,8 milhões. Ao menos 12 criminosos já foram identificados e estão sendo investigados. Os números não levam em consideração as ações deste ano, em que a quantidade de drogas ainda não foi contabilizada. 

Entre 30 de novembro e 15 de dezembro, foram quatro ações de rastreamento de pacotes. As encomendas selecionadas como suspeitas são retiradas da Central de Distribuição dos Correios, em Benfica, na Zona Norte do Rio, e levadas para a base da Receita Federal no Aeroporto Internacional do Rio, na Ilha do Governador. A área no Galeão foi escolhida por ser um espaço com ambiente controlado, maior mobilização e estrutura de segurança. 

Até 15 de dezembro, foram apreendidos 50,7 quilos de entorpecentes como maconha, ecstasy, haxixe, metanfetamina, cocaína e crack, dando um prejuízo de aproximadamente R$ 3,5 milhões ao tráfico. A pesagem das drogas não considera os 180 selos da droga sintética NBOMe, comercializada no mercado ilegal a R$ 200 cada, ou os mais de 13 mil frascos de lança-perfume, vendidos a R$ 170 a unidade, o que eleva o valor total das apreensões para mais de R$ 5,8 milhões. Para além das operações com a Polícia Civil, em 2022 a Receita apreendeu mais de 168 quilos de drogas em encomendas internacionais nos aeroportos. 

O mapeamento dos remetentes das encomendas com drogas permitiu à Polícia Civil e à Receita identificarem pelo menos 12 traficantes cariocas. 

Agora, a expectativa dos agentes é que, nos primeiros meses de 2023, isso aconteça também nas remessas de entorpecentes enviadas pelos Correios, fechando o cerco e excluindo as possibilidades para pessoas que usam esse meio para o tráfico. 

Em nota, os Correios informam que “trabalham em parceria com os órgãos de segurança pública e fiscalização para prevenir o tráfego de itens proibidos por meio do serviço postal”. A empresa também explica que seus empregados “atuam de forma diligente visando a identificar postagens em desacordo com a legislação”. E que, “quando constatada a presença de conteúdo suspeito em seu interior, o objeto é encaminhado à autoridade competente para avaliação especializada”. Ainda segundo os Correios, “muitas das operações de repressão a ilícitos começam por meio do processo de fiscalização não invasiva (raio X)”.

Fonte: O Globo.

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