O uso de mergulhadores profissionais pelo tráfico de drogas no Brasil está em ascensão, com facções criminosas contratando esses especialistas para ocultar cocaína em navios. O pagamento pode chegar a R$ 300 mil, mas o risco é elevado, com registros de mortes durante a execução do serviço. Em 2019, 360 quilos de cocaína foram apreendidos nesse esquema, enquanto em 2023, esse número aumentou para quase três toneladas.
Portos como os de Santos (SP), Vila Velha (ES) e Pecém (CE) são alvos frequentes, onde os mergulhadores escondem drogas em estruturas submersas dos navios. A fiscalização mais rigorosa em contêineres tem levado ao aumento dessa prática, especialmente no Porto de Santos, que registrou mais de duas toneladas de cocaína apreendidas no ano passado.
Estudos indicam que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem buscado novos portos devido ao aumento da fiscalização em Santos. Outras facções, como o Comando Vermelho (CV), também estão investindo no tráfico internacional, diversificando os pontos de escoamento de drogas.
A falta de equipes especializadas para mergulho na Polícia Federal e na Receita Federal dificulta a detecção desse método. Muitas apreensões são feitas fora do país, sendo os graneleiros os navios menos fiscalizados e, portanto, os mais utilizados para esconder drogas.
Casos como o do espanhol conhecido como “Aquaman do PCC” e a morte de um brasileiro na Austrália evidenciam os perigos e a internacionalização dessa prática. O tráfico de drogas utilizando mergulhadores é um desafio crescente para as autoridades brasileiras e internacionais.
Fonte: O Globo. Foto: Reprodução