Foi comemorado nesta segunda-feira (17/10) o Dia Nacional da Vacinação e, por isso, o Ministério da Saúde reforçou a importância de manter a carteira de vacinação atualizada para evitar que doenças já extintas no Brasil voltem a circular. Este é o caso da poliomielite, que teve a campanha de vacinação prorrogada até o próximo dia 24 devido à falta de adesão da comunidade.
A importância da vacina contra a meningite também foi reforçada, já que estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia decretaram estado de alerta para o número crescente de casos. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é reconhecido internacionalmente e foi responsável pela erradicação de doenças como a varíola humana e rubéola no país, além do tétano neonatal e a pólio.
Mas você sabe quais vacinas estão disponíveis gratuitamente pelo SUS e devem ser tomadas? Atualmente, o PNI distribui mais de 22 vacinas para o Brasil. Em Minas Gerais, de acordo com o site da Agência Minas, vacinas contra 15 doenças são oferecidas nos postos de saúde, além da vacina contra a Covid-19 que também está disponível em todo o Brasil.
Confira as doenças que possuem vacinas disponíveis pelo SUS em Minas Gerais
Sarampo
O Sarampo é provocado por um vírus e pode ser transmitido pela fala, tosse e espirro. É uma doença grave e extremamente contagiosa, podendo ser contraída por pessoas de todas as idades. Atualmente, a única prevenção é a vacina, oferecida pelo SUS e a meta estipulada pelo Ministério da Saúde é vacinar 95% das crianças e trabalhadores da saúde.
Hoje, nos postos de saúde de todo o Brasil, podem se vacinar crianças acima de um ano, com a primeira dose aos 12 meses e a segunda aos 15. Quem não se vacinou, perdeu o cartão de vacina ou não se lembra de ter se imunizado contra o sarampo também pode se vacinar. Até os 29 anos a pessoa deve tomar 2 doses, mas após os 30 pode ser apenas uma. Além disso, quem tomou apenas uma dose da vacina pode procurar um posto de saúde para atualizar o cartão vacinal com a segunda.
A vacina também é oferecida aos trabalhadores da saúde independentemente da idade, e eles devem receber 2 doses, observando o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
Poliomielite
A poliomielite é transmitida pela água e alimentos contaminados ou por uma pessoa infectada. Crianças de 2 meses até os 5 anos de idade devem ser imunizadas com três doses administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, com dois reforços, aos 15 meses e 4 anos de idade.
Hepatite A
Também conhecida como Hepatite Infecciosa, a hepatite A é transmitida a partir do contato com as fezes contaminadas e pode ser fatal em 1% dos casos. A vacinação contra a doença está disponível para crianças de 15 meses a 5 anos.
Hepatite B
É uma infecção sexualmente transmissível. A pessoa pode se contaminar a partir do contato com o sangue de alguém doente, do esperma ou leite materno. O uso do preservativo é muito importante para a prevenção, assim como a esterilização de objetos cortantes compartilhados. A vacina, entretanto, é a forma mais segura de prevenção.
A primeira dose deve ser recebida por recém-nascidos nas primeiras 24 de vida e a continuidade do esquema vacinal é garantido com a aplicação da vacina Pentavalente (que protege contra hepatite B, difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus influenzae) em três doses durante a infância.
Crianças acima dos 5 anos sem a comprovação vacinal também podem se imunizar com três doses da vacina contra a hepatite-B, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e seis meses entre a primeira e a terceira dose.
Meningite
Como existem diferentes tipos de meningite, o SUS hoje disponibiliza 4 tipos de vacina contra a doença. A vacina pneumocócica conjugada 10-valente é aplicada em bebês de 2 meses, com a 2ª aos 4 meses e a dose de reforço quando a criança faz um ano. A vacina meningocócica C (Conjugada) é aplicada em três doses: a primeira aos 3 meses, a segunda aos 5 meses e a terceira quando a criança completar um ano.
Para crianças de 11 e 12 anos é aplicada a vacina meningocócica ACWY em apenas uma dose. Já para pessoas acima de 60 anos que estejam acamadas ou institucionalizadas e para crianças indígenas acima de 5 anos está disponível a vacina Pnumocócica 23-valente (PPV 23).
A vacina pentavalente também imuniza contra um tipo da meningite e é oferecida a crianças entre 2 e 5 meses. Ainda assim, crianças de até 5 anos que estão com o cartão de vacinação desatualizado devem procurar um posto de saúde para tomar qualquer uma dessas vacinas.
Tétano
O tétano é uma doença transmitida por bactérias a partir de feridas abertas e que causa espasmos musculares intensos. A vacina contra o tétano costuma ser administrada junto com a vacina da difteria e coqueluche, chamada de DTaP, que é aplicada em cinco doses: 2, 4, 6 e 12 meses de idade e a quinta dos 4 a 6 anos. Uma dose de reforço da Tdap (tétano-difteria-coqueluche) é administrada em crianças de 11 e 12 anos.
Depois disso, uma dose extra da Td (tétano e difteria) ou da Tdap deve ser administrada a cada dez anos como um reforço. Também ocorre a necessidade da administração de uma dose extra caso a pessoa sofra uma lesão grave que rompa a pele.
HPV
Esta doença é causada pelo Papiloma Vírus Humano e normalmente é transmitida através da relação sexual. A principal consequência deste vírus é o câncer de colo de útero, mas muitas pessoas tem contato com o vírus e não desenvolve nenhum sintoma, podendo nunca diagnosticar a infecção.
A vacina contra a HPV é feita em meninas de 9 a 14 anos de idade, e em meninos de 11 a 14. Ela previne, também, o câncer de pênis, boca, orofaringe e verrugas genitais. Dados do Ministério da Saúde mostram que 54,6% dos brasileiros entre 16 e 25 anos já foram infectados pelo HPV, sendo que 38,4% deles tem alto risco de desenvolver um câncer;
Febre Amarela
A Febre Amarela é transmitida a partir da picada de mosquitos infectados (Haemagogus e Sabethes em áreas de matas e Aedes aegypti no meio urbano). A doença é mais frequente entre os meses de dezembro e maio, quando há maior índice de chuvas e proliferação do mosquito.
Desde 2017 o PNI adota o esquema vacinal de apenas uma dose da vacina em toda a vida. Entretanto, quem se imunizou antes dos 5 anos ou não tem comprovação da vacina, independente da idade, pode procurar um Centro de Saúde para receber uma dose extra. Normalmente, crianças recebem uma dose ao completarem 9 meses de vida e um reforço aos 4 anos de idade.
Tuberculose
A tuberculose é causada por uma bactéria e afeta, principalmente, os pulmões. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos 10 milhões de pessoas contraem a doença todo ano no mundo e esta é a infecção que mais mata jovens e adultos. Ela é transmitida pela tosse, espirro ou fala.
A imunização da tuberculose é administrada a partir da vacina BCG, indicada para crianças de 0 a 4 anos e que protege contra a forma grave da doença.
Caxumba
A caxumba é causada por um vírus que provoca inflamação nas glândulas da garganta e sublinguais. Um de seus principais sintomas é a papeira, um inchaço e dor nas laterais do pescoço.
A vacina contra a caxumba é administrada junto com a vacina do sarampo, rubéola e varicela (catapora), e é chamada de tetra viral ou tetravalente viral. Ela é indicada para crianças com 15 meses de idade que já tenham recebido uma dose da vacina tríplice viral.
Coqueluche
Esta doença é causada por uma bactéria que ataca o sistema respiratório e pode inflamar os pulmões. A vacina, chamada de tríplice bacteriana, também protege contra a difteria e o tétano.
A DTaP (difteria-tétano-coqueluche) é aplicada em cinco doses: 2, 4, 6 e 12 meses de idade e a quinta dos 4 aos 6 anos. Uma dose de reforço da Tdap (tétano-difteria-coqueluche) é administrada em crianças de 11 e 12 anos.
Difteria
É uma doença causada por uma bactéria que ataca as amígdalas, faringe, laringe e nariz. Normalmente é transmitida pela saliva e secreções da tosse e espirro e provoca inflamações das vias respiratórias.
A vacina é aplicada da mesma forma que a da coqueluche e tétano. A DTaP (difteria-tétano-coqueluche) é aplicada em cinco doses: 2, 4, 6 e 12 meses de idade e a quinta dos 4 aos 6 anos. Uma dose de reforço da Tdap (tétano-difteria-coqueluche) é administrada em crianças de 11 e 12 anos.
Rubéola
A rubéola é causada por um vírus e transmitida pelas gotículas de secreções nasais de pessoas contaminadas. Normalmente os sintomas se assemelham ao da gripe e a vacina é a única forma de prevenção.
A imunização da rubéola é feita junto com a do sarampo, caxumba e varicela (catapora) e é chamada de tetra ou tetravalente viral. Normalmente esta vacina é indicada para crianças de 15 meses de idade que já tenham recebido uma dose da tríplice viral.
Catapora ou varicela
É uma doença causada por um vírus e é mais comum nos meses de setembro e outubro, sendo altamente contagiosa. A transmissão é feita através da saliva ou secreções nasais. A imunização é feita junto com a do sarampo, caxumba e rubéola e a vacina é chamada de tetra ou tetravalente viral. Normalmente esta vacina é indicada para crianças de 15 meses de idade que já tenham recebido uma dose da tríplice viral.
Gripe (Influenza)
A vacina contra a gripe é disponibilizada uma vez ao ano, normalmente no início do inverno, para um grupo prioritário. Entretanto, após um tempo de campanha as prefeituras podem liberar as vacinas remanescentes para um público geral.
Fonte: Itatiaia.