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domingo, 29 de setembro de 2024

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Sete Lagoas registra mais de 25 tremores de terra em 4 anos; entenda

Por Dentro De Tudo:

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De 2020 para cá, mais de 25 tremores de terra foram registrados em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. Somente nesta terça-feira (16), foram três, em menos de sete horas. Mas, afinal, por que o município mineiro tem tantos sismos? 

“A Região Sudeste, principalmente o interior de São Paulo e todo o Estado de Minas Gerais, é uma das áreas com maior atividade sísmica em nosso país. A grande maioria dos tremores tem causas naturais e se deve a grandes pressões geológicas atuando na crosta terrestre”, explicou o sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com o Boletim Sísmico Brasileiro, eventos sísmicos ocorrem na região de Sete Lagoas desde a década de 1930. Nos últimos anos, a frequência dos tremores se intensificou. Só em 2022 foram 20, segundo dados do Centro de Sismologia da USP, todos com magnitude inferior a 3, insuficientes para causar danos. 

O que causa os tremores?

Os sismos acontecem ao longo de falhas geológicas – uma espécie de “fratura” na rocha. 

“O tremor que as pessoas sentem é resultado de uma movimentação repentina em alguma falha ou fratura, que ‘escorrega’ por causa das pressões geológicas”, detalhou o sismólogo.

Segundo o professor e pesquisador Lucas Vieira Barros, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB), Minas Gerais tem mais falhas geológicas do que outras regiões do país. 

Ele lembrou que Itacarambi, no Norte do estado, já registrou, em 2007, um tremor de terra de magnitude 4,9, o único a causar morte no país – a vítima foi uma criança atingida pelo desabamento de uma parede. 

“São regiões frágeis que podem se quebrar, o terremoto resulta da ruptura momentânea do terreno. Em Minas Gerais existem muitas falhas ativas, mais regiões de fraqueza. A gente não sabe onde elas estão com precisão, porque, para conhecer essas falhas geológicas ativas, é necessário um estudo mais aprofundado”, afirmou.

De acordo com o pesquisador, a estação sismográfica mais próxima de Sete Lagoas fica a aproximadamente 140 km de distância, o que dificulta localizar os sismos com mais precisão. 

Por isso, ainda nesta semana, ele e outro pesquisador da UNB vão viajar para a região com o objetivo de avançar nos estudos sobre o que está causando as falhas geológicas. 

“Estamos organizando uma expedição para instalar estações objetivando mapear com mais precisão essa falha geológica, essa falha ativa que existe na região que está produzindo esse sismo”, afirmou Lucas Barros.

Fonte: Globo Minas.

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