Nesta sexta-feira, 17 de maio, o Projeto NONAGENÁRIAS – que há três anos homenageia mulheres com 90 anos ou mais, por meio de vídeos e fotos postados no Instagram e no YouTube – receberá a visita de sete pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP, de São Paulo.
Os especialistas virão a Belo Horizonte e Ribeirão das Neves para conhecer duas centenárias homenageadas pelo NONAGENÁRIAS: Raymunda Luzia da Conceição, de 112 anos, e Orádia Almeida de Jesus, de 117 anos. O foco do estudo é a contribuição da genética para a longevidade saudável e a qualidade de vida, integrando esses dois aspectos.
“Em uma busca por participantes, tive a grata surpresa de encontrar o Instagram do Projeto NONAGENÁRIAS (@projetononagenarias) onde ouvi vários relatos e homenagens a nonagenárias que estão muito bem, tanto do ponto de vista físico quanto cognitivo: levam uma vida independente, são ativas e autônomas”, explica o pesquisador Mateus Vidigal, um dos participantes do estudo que é coordenado pela Dra. Mayana Zatz.
Os relatos das NONAS, alegres e repletos de histórias, chamaram a atenção dos pesquisadores. Eles vão conhecer as idosas, coletar amostra de DNA e ouvir um pouco de suas histórias de vida. Tudo com a devida autorização das famílias.
Para Mateus Vidigal, é muito importante esse tipo de divulgação. Primeiro porque é um conjunto de dados extremamente rico, com informações qualitativas a respeito dessa população tão rara e especial no Brasil.
“E, segundo, a gente fica feliz de ver tudo isso registrado na forma de textos, imagens e vídeos compilados. Pretendemos dar continuidade a essa parceria do ponto de vista científico. Vamos buscar desvendar, a partir do DNA, qual é a contribuição da genética na longevidade e qualidade de vida das participantes. E compreender, assim, o diferencial genético das pessoas que envelhecem com boa saúde”, ressalta Vidigal.
Para a diretora do Projeto Nonagenárias a jornalista Luciana Morais, moradora de Lagoa Santa, essa parceria com a USP eleva o projeto a novos patamares, comprovando sua relevância do ponto de vista social, cultural e também científico.
“Temos grande interesse em aproximar nossas ações de estudos sobre os fatores que contribuem para a longevidade e a saúde da mulher nonagenária. Elas são exemplo de resiliência, de superação e de muita fé. Esses elementos certamente fazem com que elas vivam mais e melhor”, conclui.