O Carnaval de 2022 em Belo Horizonte ainda é uma incerteza devido à pandemia. A Prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, que até agora não é possível prever a situação epidemiológica para fevereiro de 2022, pois há expectativa de uma maior demanda dos serviços de saúde em função da variante delta. “O que se pode afirmar, a princípio, é que, se o Carnaval fosse hoje, não seria possível a realização desse evento na cidade”, informou em nota.
“De 2020 para cá, foram realizadas cerca de 650 reuniões com blocos de rua, entre planejamento e operação do Carnaval, além de pós-evento e diálogos ao longo do ano para definições e rumos”, disse a prefeitura, por meio da Belotur.
Nesta quarta (15), a Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos começou a se mobilizar para discutir a viabilidade da festa na capital no próximo ano. O fundador do bloco Baianas Ozadas e presidente da Liga Belorizontina, Geo Cardoso, propôs a criação de uma comissão mista de estudo da viabilidade e planejamento do Carnaval de 2022, durante uma reunião com o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, e a diretora de eventos da entidade, Marah Costa.
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“A comissão teria todos os representantes dos órgãos públicos que já envolvem a festa do Carnaval, além da Secretaria Municipal de Saúde e, principalmente, a sociedade civil, que somos nós, os representantes das ligas de blocos, das escolas de samba, associações de blocos carnavalescos participando dessa discussão, porque sabemos que temos muito a contribuir também com a nossa expertise, nossa experiência e o nosso sentimento em relação a esse momento da pandemia. A palavra final se vai ter ou não (Carnaval) tem que ser dada pela autoridade sanitária, que é a Secretaria Municipal de Saúde”, diz.
A proposta de criação da comissão mista vai ser formatada pela Liga Belorizontina e apresentada para as outras entidades ligadas ao Carnaval de BH. “A gente vai coletivizar a proposta e conversar com as associações do Carnaval. A discussão é urgente, e a gente espera o quanto antes devolvê-la para a Belotur, que ficou de apresentá-la ao prefeito”, diz Cardoso.
Se não estivéssemos em plena pandemia, os ensaios e as oficinas dos blocos de Carnaval para a preparação da bateria e a formação das alas de dança já teriam começado na capital.
Lives de Carnaval
Apesar da realização do Carnaval em 2022 não ser uma garantia na capital mineira, mesmo com o avanço da vacinação, alguns blocos tradicionais de carnaval, que vivem a folia o ano inteiro, acreditam que a festa, nos moldes que conhecemos, só será possível em 2023.
Esse é o pensamento do bloco Unidos do Samba Queixinho, que prepara uma live para debater o papel do carnaval e da gastronomia para o fortalecimento do turismo cultural em BH, no próximo domingo, dia 19.
“Carnaval nos moldes que a gente está acostumado, de poder abraçar as pessoas, beijar com carinho na rua, acredito que só em 2023. Estamos em setembro e fevereiro já está perto. Nada garante que até lá, as pessoas estejam todas vacinadas”, pontua Gustavo Caetano, fundador e mestre da bateria do Unidos do Samba Queixinho.
Por isso, o bloco realiza uma espécie de carnaval simbólico de 2022 com a live “Carnaval Tá On”, que une apresentações musicais com bate-papo sobre o carnaval, o direito ao espaço público, o papel democrático das ruas, o desafio da festa inclusiva, entre outros assuntos, junto com convidados que atuam no carnaval de BH, Rio e São Paulo. “A gente pensa o Carnaval como um movimento, não só para a festa de quatro dias, mas para o ano todo. A live é um carnaval simbólico com troca de experiências para a gente poder planejar o carnaval de 2023 com mais segurança”, diz Gustavo Caetano.
A live será transmitida, diretamente do Mercado Central, no dia 19, das 13h30 às 17h, pelo canal do YouTube da TV Baixa Gastronomia por Nenel.
