O inverno é percebido de forma diferente nas diversas regiões brasileiras. Enquanto na região sudeste, essa estação é bem definida, nos estados do sul, as temperaturas despencam bruscamente ao longo do dia.
Além disso, em alguns lugares se percebe mais rajadas de vento, outros mais chuvas e existem aqueles que a umidade é um ponto crítico, com períodos mais secos, ocasionado desconforto em todos os indivíduos.
Dessa forma, é comum que os idosos sintam mais o inverno, tanto pelas alterações climáticas bruscas ao longo do dia, quanto pela escolha incorreta de suas roupas e acessórios.
Outro ponto crítico dos termômetros mais baixos é a dificuldade de se agasalhar adequadamente para evitar diminuição significativa da temperatura, condição conhecida como hipotermia que pode levar à morte do indivíduo.
Devido à baixa imunidade inerente ao envelhecimento e pelas condições crônicas já instaladas (hipertensão, diabetes, colesterol elevado etc.), os idosos são mais propensos a desenvolver as doenças dessa época, como as gripes e doenças respiratórias.
Quais são os cuidados com a saúde dos idosos no inverno?
Observe o aquecimento da pele
Nos períodos de baixa temperatura é fundamental mantê-los aquecidos durante o dia e a noite. Todavia, é importante observar por meio do relato do idoso ou dos sintomas apresentados o nível de satisfação com as vestimentas utilizadas: No geral, recomenda-se roupas confortáveis em moletom, blusas de manga comprida com fechamento frontal e com possibilidade de incluir outras vestimentas por debaixo, para que possa ser retirada quando necessário.
Também é preciso conversar com os idosos e descobrir quais regiões do corpo eles costumam sentir mais frio e procurar agasalhos para isso. Isso porque alguns necessitam de meias para sentirem os pés mais quentes, enquanto outros demandam por cachecóis para deixar o pescoço coberto.
Ao deitar é preciso certifica-se que todas as extremidades (mãos e pés) estejam aquecidas e, nesse caso, uma meia de lã, por exemplo, é muito indicada. Cobertores térmicos devem ser usados com cautela, verificando todos os riscos antes, durante e após a instalação.
Outras estratégias para deixar os idosos “bem quentinhos” incluem a oferta de um chazinho ao entardecer, o uso de aquecedores de maneira indireta e os chinelos felpudos apenas para transitar pelo quarto (pois o uso rotineiro pode favorecer as quedas).
Mantenha a hidratação frequente
Engana-se quem pensa que somente nas estações mais quentes é que existe a probabilidade do idoso ficar desidratado. Em invernos do tipo seco, com rajadas fortes de vento e possibilidade de neblina, é muito frequente a desidratação.
Os sintomas mais nítidos são a pele esbranquiçada mais propensa a pequenos machucados, lábios opacos com pontos de sangramentos, calcanhares secos e com rachaduras visíveis e relatos de muita sede.
Nesse contexto, é fundamental incentivar a ingestão diária de pelo menos 2 litros de água em pequenas porções na rotina, além de substituir esse líquido por chás quentes e outras bebidas com maior concentração de água. Refrigerantes do tipo cola ou sucos muito adoçados são desaconselhados pelo baixo valor de hidratação do corpo.
Também é imprescindível utilizar hidratante corporal e labial, e, em caso mais extremos, sugere-se a aplicação de óleos cosméticos indicados por profissionais, usados nos pontos mais desidratados, principalmente naquelas áreas de articulação do braço, pernas e calcanhares.
Observe alterações da temperatura corporal
A temperatura corporal do idoso deve ser monitorada para evitar os valores discrepantes, que podem ser indicativo de diversos problemas clínicos. Em temperaturas mais baixas pode ocorre calafrios frequentes, encolhimento do corpo e lábios tremendo.
A saúde do idoso também pode ser influenciada por altas temperaturas, evidenciadas por bochechas mais avermelhadas, suor escorrendo pela testa, sensação de sufocamento com as roupas usadas etc.
Por isso, é fundamental observar os sintomas específicos, questionar com o paciente e tomar as medidas mais efetivas para impedir recorrência ou mudança brusca de temperatura, situações que não são desejáveis.
Atente para sintomas de doenças sazonais
A saúde dos idosos pode ser seriamente comprometida nos períodos de inverno devido a maior probabilidade de desenvolver doenças virais ou de piorar as enfermidades respiratórias já diagnosticadas.
Sendo assim, cabe aos cuidadores e a família atenção redobrada nesse período, principalmente sobre o surgimento de alguns sintomas como tosse seca, falta de ar, dores no corpo, febre alta, perda de apetite etc.
A gripe, doença viral de maior repercussão no país, é responsável pela morte de muitos idosos com o sistema imunológico já comprometido, daqueles que não se vacinaram ou estão em condições ambientais mais vulneráveis (falta de saneamento básico, sem acompanhamento de familiares, com limitações financeiras para compra de alimentos mais nutritivos etc.).
Além disso, outras doenças respiratórias como asma e bronquite costumam gerar crises de falta de ar nesses períodos, sendo recomendável a nebulização em ambiente hospitalar ou homecare.
A saúde do idoso é muito afetada pelas condições climáticas do inverno em todo o país. Para tanto, é aconselhável manter uma dieta saudável e energética, verificar constantemente a temperatura corporal do idoso, observar se ele está com roupas bem “quentinhas” e se o quarto está bem vedado contra os fortes ventos e a baixa temperatura. Também é fundamental conhecer o guia de saúde do idoso, para ficar por dentro dos principais cuidados para a terceira idade.
Fonte: Guardiões de vidas.