A Polícia Civil de Minas Gerais desarticulou hoje (9/2) uma organização criminosa especializada em aplicar golpes pela internet em Poços de Caldas, no Sul de Minas. Os investigadores descobriram que mais de 15 mil pessoas teriam sido vítimas do grupo criminoso, em todo o Brasil. Seis pessoas foram presas.
Além das prisões, 10 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na cidade durante a Hydra, como foi batizada a operação. As investigações tiveram início há cerca de um ano e, com o avanço dos trabalhos, a Polícia Civil representou à Justiça medidas cautelares de bloqueio de bens da quadrilha.
A Polícia Civil mineira apreendeu celulares, computadores, documentos, motocicletas, nove veículos de luxo, entre outros objetos.
“Os presos – cinco homens e uma mulher, entre 20 e 22 anos – foram conduzidos à sede da Delegacia Regional em Poços de Caldas para a formalização dos procedimentos. Em seguida, o grupo foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça”, esclarece a polícia.
Esquema criminoso
Segundo a Polícia Civil, os suspeitos criavam sites anunciando a venda de produtos mediante dropshiping (metodologia de venda em que o lojista trabalha sem estoque), afirmando que as encomendas sairiam diretamente de fábricas da China, com destino à casa do consumidor.
“O prazo de entrega informado nos anúncios era de, aproximadamente, três meses. Quando os consumidores formalizavam reclamações pelo não recebimento das mercadorias, os envolvidos derrubavam o sítio eletrônico e criavam outros”, explicou.
Mais de 50 sites utilizados para o cometimento dos crimes foram identificados durante a investigação. Geralmente, os suspeitos anunciavam, a preços baixos, a venda de brinquedos, eletrônicos e produtos de pet shop.
“Investigações apontam que o dinheiro arrecadado com os crimes gerou um patrimônio milionário para os suspeitos. Somente com a compra e venda de carros de luxo, estima-se que os investigados tenham promovido a lavagem de dinheiro de um montante superior a R$ 3 milhões”, diz a Polícia Civil.
“Para impulsionar os anúncios em redes sociais, a quadrilha teria gastado mais de R$ 100 mil”, encerra.
(Iago Almeida / Especial para o EM)