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Três anos depois, Zema diz ter errado ao propor reajuste de 41% para policiais

Por Dentro De Tudo:

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) assumiu ter errado ao oferecer uma proposta de reajuste de 41% aos integrantes das forças de segurança em 2019. Em entrevista ao jornal O Globo, Zema disse que o aumento deveria ser vetado, levando em consideração a responsabilidade fiscal.

“Nós, governo, erramos na proposta de reajuste feita em janeiro de 2019 aos profissionais da segurança. Acontece que não contávamos com uma pandemia e uma alteração de cálculo de pessoal nesse meio tempo. O correto, pela responsabilidade fiscal, passou a ser o veto ao aumento”, disse.

Em 2019, o Governo de Minas enviou um projeto de lei à Assembleia Legislativa em que concedia um reajuste salarial de 41% aos integrantes das forças de segurança, divididas em três parcelas: 13% em 2020, 13% em 2021 e 14% em 2022. O Executivo estadual pagou a primeira parcela, mas cancelou o acordo depois, após a pandemia de covid-19. 

“Apesar disso, concedemos a parcela de 13% de reajuste e agora, em 2022, oferecemos mais 10,06% a todo funcionalismo, o que garantiria aos servidores da segurança um aumento de quase 24% em três anos, além de melhorias nos benefícios. Não posso pagar acima do teto da inflação acumulada. Sou legalista e não abro mão”, argumentou.

Punição

Ainda na entrevista ao jornal, Zema também defendeu punição com “máximo rigor” a servidores que fizerem greve ilegal.

“Tenho agido dentro da legalidade e, por isso, é importante que os servidores saibam que quem fizer o que é ilegal vai responder com rigor por isto. Quem fechar estradas ou impedir outros profissionais de trabalhar por se sentir insatisfeito com os reajustes propostos, por exemplo, será tratado com máximo rigor pela advocacia do estado. Será processado, terá seu ponto cortado, e isto pode levar até a demissões”, garante.

Na última semana, mesmo com proibição da Justiça, policiais bloquearam ruas e avenidas de Belo Horizonte durante uma manifestação contra o reajuste oferecido por Zema. Servidores também estouraram bombas, que acabaram ferindo dois jornalistas da TV Band e Rádio Band News. Na ocasião, o Governo de Minas disse que o caso seria investigado e Zema afirmou que atos de desordem “não serão aceitos”. 

Regime de Recuperação Fiscal

Zema também falou que segue defendendo a aprovação, pela Assembleia, do projeto que autoriza o Estado a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O governador disse que a proposta permitiria parcelar o pagamento de uma dívida de R$ 140 bilhões em até 30 anos. 

“Retiramos o regime de urgência da proposta de RRF apresentada à Assembleia de Minas para aprovar o aumento do funcionalismo de forma imediata. Mas deixo claro que sigo defendendo a adesão ao Regime. Em Minas, temos um pensamento retrógrado”, disse.  

“O RRF daria ao estado a possibilidade de pagar a sua dívida corrente, que supera R$ 140 bilhões, em 30 anos. Mas tem quem ache que esta possibilidade retira a autonomia do estado. Para mim, a adesão dá ainda mais autonomia ao estado. O que é autonomia? É não conseguir pagar salários e 13º? Sigo apostando nessa possibilidade”, conclui.

Fonte: Itatiaia.

 

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