terça-feira, 7 de maio de 2024

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Com 80% de leitos ocupados, vereadores de PL defendem ‘tratamento precoce’

Por Dentro De Tudo:

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Com a taxa de ocupação de 80% dos leitos de enfermaria destinados a pacientes com COVID-19 no Hospital Municipal Francisco Gonçalves e ainda sem nenhum leito de UTI criado, cinco vereadores de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, enviaram nessa terça-feira (23/3), uma carta para a prefeitura solicitando a inclusão dos medicamentos do “tratamento precoce”, como ivermectina, cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina, conhecido como ‘kit COVID’, nos atendimentos do SUS para prevenir a expansão da doença.Continua depois da publicidade

Na carta assinada pelos vereadores Rafael Faria,(Cidadania); Guilherme de Lima Braga, (MDB); Warlen Alves da Silva, (Cidadania); Matheus Utsch , (Patriota) e Mauro Junior  (PSD) “a escolha pela medicação trará esperança e o ‘tratamento precoce’ pode acalentar a vida de muitas pessoas”.  

Em trecho da carta, os vereadores argumentam que “se o senhor acredita no tratamento precoce, ajude no tratamento. Se não acredita no tratamento precoce, deixe que a população que acredita faça a utilização, porque não traz efeitos negativos importantes para a saúde que sobreponham o risco da COVID-19 avançar e a pessoa vir a óbito tomando paracetamol’. 

Além disso, os representantes do Legislativo de Pedro Leopoldo pedem ao Executivo que publique uma nota que recomende a utilização do tratamento precoce nos casos onde não houver alternativas de internação, porque segundo os vereadores, as medicações são o que restam aos familiares que estão convivendo com parentes infectados com a COVID-19 e temem pegar a doença. 

A carta diz ainda que caso a prefeitura não tenha condições de comprar as medicações, os vereadores conseguem a doação dos remédios. 

De acordo com vereador Matheus Utsch é importante que abra o debate sobre o assunto e a carta já traz um sinal da intenção dos vereadores de promoverem esse assunto. Além disso, o vereador afirma que muitas pessoas já estão usando os medicamentos e que existe até um mercado clandestino para adquirir as medicações sem prescrição médica.

“Existe um mercado paralelo que não consegue ser controlado, então, seria melhor dar a opção de escolha às pessoas. Não sei sobre a eficácia, apesar de ter utilizado junto à minha família meses atrás e acredito que o debate acerca do assunto é fundamental. Este contato já traz o resultado dessa intenção.” 

O vereador Mauro Junior afirma que apoia o tratamento precoce com o uso do kit COVID, e, para ele, o motivo do envio da carta para a prefeitura veio da pressão dos eleitores e dos comerciantes que se sentem prejudicados na economia com o atual cenário de colapso e falta de leitos na cidade. 

“Tivemos essa decisão, infelizmente não temos vacinas suficientes, Pedro Leopoldo está chegando ao colapso, não têm mais leitos e com isso sou a favor do tratamento precoce. Não sou médico, mas devido a vários depoimentos de até mesmo médicos renomados que apoiam o tratamento precoce, eu não acredito que eles iriam colocar o nome deles no lixo. Em relação ao assunto da eficácia considero esse debate é muito extenso.”

Em relação à eficácia do tratamento precoce, o site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avisa que “não existe nenhum medicamento registrado que previna a COVID-19”. Ainda segundo a Anvisa, a ivermectina é autorizada para prescrição de tratamento de piolho. A Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda esse coquetel de medicamentos, sendo que alguns deles, como a hidroxicloroquina, podem provocar sérios danos à saúde. 

De acordo com a prefeita de Pedro Leopoldo, Eloisa Helena (MDB), o documento dos vereadores ainda não foi enviado para a prefeitura, mas ela tomou ciência da carta, como a maioria da população, pelas redes sociais. 

“Caso chegue oficialmente, podemos garantir que essa administração não vai indicar e nem sugerir nenhum medicamento que não possua comprovação científica para tratamento de qualquer que seja a enfermidade.” 

Ainda segundo a prefeitura, mais 10 leitos de enfermaria para pacientes com COVID-19 estão sendo criados no Hospital Municipal Francisco Gonçalves e deverão começar a funcionar até o final da semana. Além disso, os pronto-atendimentos Centro e Norte ampliaram o funcionamento até a 0h, de sexta-feira a domingo.

Em relação à vacina, a prefeitura informa que a quantidade de doses para imunizar a população da cidade vem dos governos estadual e federal. 

Reportagem: Estado de Minas.

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